quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Além das bolsas coloridas


Esta foto foi tirada no Peru, em uma pequena cidade próxima a Cuzco, em fevereiro de 2011. Optei em postá-la por ser justamente o retrato daquilo que é raramente observado no "turismo pronto" a essa região: as características socioeconômicas e culturais da sua população, que vão imensamente além das bolsas coloridas e gorrinhos vendidos a rodo. Longe de hipocrisias de dizer que a minha visita à região não passou por esse tipo de turismo; é claro que passou e foi muito proveitosa. Apesar e além disso, o que me marcou nessa viagem a Machu Picchu e especialmente a Cuzco, foi uma mulher chamada L. Ela, como inúmeros peruanos em precárias condições de vida, vendia os tais gorrinhos, bolsas, cachecóis e afins e veio conversar e oferecer os seus produtos quando eu passeava por uma praça com a minha família na nossa adaptação à altitude. Nunca vou me esquecer da conversa com L.: ela me contou sobre a sua família, moradia,críticas ao governo, a negligência deste em relação aos desempregados e a relação que os comerciantes conseguem estabelecer com os turistas, muitas vezes ríspidos e com aquele sentimentozinho desprezível de superioridade. Enquanto conversava comigo, L. se emocionou muito e me olhou como que me pedindo algo. Algo muito além do dinheiro pelos seus produtos, algo que eu só fui descobrir ao me despedir dela: um simples, embora significativo e profundo, abraço. Acredito e sinto que aquelas palavras foram de libertação de algo reprimido, engasgado e silenciado; o abraço, de empatia e importância com uma história tão diferente em alguns aspectos e em outros tão parecida com a minha e a sua.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Boa noite!

Boa noite galera!

Resolvi, enfim, fazer o meu blog, depois de muitas tentativas frustradas e promessas mal sucedidas! Este será, como muitos espaços virtuais, um lugar de postagens diárias sobre viagens,cultura, sociedade, política, economia, hábitos, música, fotos, interesses e desinteresses. Até aí, OK, nada de muito novo... O que eu proponho e é de fato sobre o que eu venho pensando pra caramba nos últimos tempos (por sinal, repletos de mudanças pessoais e reflexões importantes) se refere aos cotidianos; tanto o meu, quanto o de todos aqueles que estão longe de ter vidas comuns. São vidas incomuns, que tem muito em comum; e nesse mundo tão próximo virtualmente e paradoxalmente cada vez mais distante do real, eu acho importante refletir sobre e valorizar o pensamento e visão de mundo daquele que senta ao meu lado no metrô ou que anda comigo na Avenida Paulista, tão apressado-sem-tempo-estressado quanto eu. Esta é uma tentativa minha de descrever um pouco desses nossos cotidianos,ao mesmo tempo tão parecidos e únicos, e dar sentido aos pequenos detalhes dessa complexa viagem que se chama vida.

Sintam-se muito (muito mesmo!) a vontade para comentar e criticar o que vcs quiserem, além de, claro, me enviar relatos, fotos, crônicas, etc sobre o dia a dia e suas surpresas!